sábado, 25 de setembro de 2010

bilhete 4

Ele passou a catar palavras em qualquer coisa: caixa de leite, papel de bala, ticket de restaurante, recibo bancário, capa de livro... E até mesmo onde não havia, ele a via. Sangrando. Mas que vida é essa de tanta gente maluca? Gente me traga o tempo da hora do café da tarde, sem pressa, bolo de milho, cheiro de casa, cão dormindo, papel de pão, percurso pelo caminho que vai dar no sol. Vontade de cantar Samarina...
Mas estou aqui enterrado nesse tempo da preguiça cançada de nada, da vocação forçada, dos olhares famintos mas de que....de que são feitos os desejos que não se realizam? pra onde vão...por que vieram?

2 comentários:

  1. As coisas que você escrevem me escapam e pululam sapecas... Essas sua pergunta é algo que me coloca em profundo mistério... para onde será que vão? Habitam os sonhos?

    Beijos! ;*

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  2. Ficam guardados num mausoléu magnifico, com lirios na face e cravos aos pés, sem que fruissem um unico momento de prazer.

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