quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bilhete 2

Mas um raptor levou o seu olhar de mim. Passada a euforia, o fundo do mar no seu coração. Hoje anda cabisbaixa aguando a terra. O mato cresce no seu caminho escondendo a minha prenda. Formigas trilham cegamente seus sais. Fosse assim imprudente no amor nunca saberia eu o tempo deste mês precipitado em vinte anos. Melhor assim? Vai saber... o corte dos acontecimentos é o talhado que se apresenta. Efêmero no estar, duro no deixar. E você ainda latejando na minha cabeça. Tomo um bilhete com meio copo d'água. Fico achando que você é aquela imagem da foto sorrindo. De matéria sou feito? Clarice bate no alto da minha garganta em pulsos dissonantes: você é o meu sonho! Ando vago, e em cada passo quedo em vertígem. Um solo de guitarra me ampara. Alguém há de encontrar onde foi que deixei a senha deste portal...

Um comentário:

  1. Seu texto está muito belo, especial... daqueles que leio e sinto me envolver...

    Beijo, querido!

    Álly.

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