terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Um amor

Quase um ano. Vejo que apesar de tantas mudanças, estive querendo as mesmas coisas. Mas não vou falar disso. Quero falar da nossa história. Uma história de amor. Um amor platônico. E será sempre platônico, mesmo que venhamos a transar várias vezes por dia. Porque o platonismo do nosso amor não está na não realização carnal do que vivemos nos olhares que cruzamos. Trocamos desejos toda vez que nos encontramos e não queremos nos largar. Ficamos no encantamento por estarmos juntos e inventamos coisas pra fazer. Evitamos. Mas nossa evitação é produtiva. Nos desejamos. Seríamos capaz de ficar a noite inteira falando um com o outro. Facaríamos nos olhando até que o dia viesse com sua luz. E qual o sentido disso? Cada qual tem seus compromissos. Ninguém quer desfazer laços fundamentais pra tentar novos encontros. No entanto, não conseguimos ficar muito tempo longe um do outro. Logo daremos um jeito de estar juntos. E será pra sempre, como sempre é. Até que chegue a hora de irmos para casa. Cada um na sua casa, para depois querermos nos ver novamente. Assim tem sido desde o dia em que nos encontramos. Você me resgatando de um emburacamento. Eu, retribuindo o seu carinho. A cumplicidade foi se estabelecendo até virar um amor.

3 comentários:

  1. Isto é poesia de alto grau. Amor platônico geralmente não vira rotina, mas por que não? A resposta está no teu belíssimo texto, parabéns Nelson. Seu blog foi indicado por um amigo.

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  2. Perdoe-me, ofendi sua prosa chamando-a de poesia. Ah... regras... para quê?

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